Síndrome de impostora: o que é, quais sintomas e como ela nos afeta

síndrome de impostora

A insegurança é um sentimento que faz parte da experiência humana. Aliás, quem é que nunca se sentiu assim, seja ao passar por mudanças, aceitar um desafio ou ao aprender coisas novas? O problema é quando a insegurança persiste, surge de maneira injustificada e altera sua autopercepção. A esse fenômeno, damos o nome de síndrome de impostora.

Não é de se surpreender que o assunto esteja vindo cada vez mais à tona.  Num cenário em que somos bombardeadas o tempo todo com estímulos para alcançarmos nossa melhor versão, quase todos os momentos do nosso dia a dia acabam virando performance – o que nos deixa pouco espaço para erros, não é? 

Para se ter uma ideia, cerca de 70% das pessoas se sentem uma “fraude” no ambiente de trabalho alguma vez na vida. Pelo menos é o que aponta um estudo feito pela Universidade Dominicana da Califórnia. O termo, cunhado pelas psicológicas Pauline Clance e Suzanne Imes em 1975 ganhou popularidade recentemente, inclusive por denominar uma experiência vivida por pessoas que são, sem dúvidas, um sucesso – nomes como Michelle Obama, a escritora Maya Angelou, e o ator Tom Hanks. 

O que é síndrome de impostora?

Sabe aquela sua amiga super competente que vive atribuindo o sucesso à “sorte” ou ao “destino” em vez de reconhecer seus méritos? Pois é, isso pode ser a síndrome de impostora agindo. Em termos mais acadêmicos, essa síndrome se trata de um fenômeno emocional, social e psíquico, que leva pessoas a se sentirem incapazes, pouco eficientes, desconfiadas das próprias habilidades e não merecedoras. 

Sofrer de síndrome de impostora geralmente não tem nenhum vínculo com a realidade. Pessoas com ótimo desempenho intelectual, experiências bacanas e que ocupam bons cargos também podem passar por isso. Aliás, o problema vai além: ela pode afetar não só a vida profissional, como se pode sofrer de síndrome de impostora nos relacionamentos, nas interações sociais e até mesmo te impedir de correrem atrás dos interesses. 

E entre certos grupos parece que ela tem ainda mais efeito. Não é incomum ouvir relatos de mulheres que vivem acompanhadas do sentimento de não serem boas o suficiente. E a explicação para isso é que essa ideia pode ser reforçada por alguns fatores fundamentais, como aquilo que aprendemos ao longo da vida, nossas experiências positivas e negativas, nosso estado emocional e até o que ouvimos ao nosso respeito. E não é nenhuma novidade que as mulheres são cerceadas em diversos aspectos. Além disso, pessoas não brancas e LGBTQIAP+ também parecem ser mais afetadas pela condição. 


Um estudo feito pela empresa de tecnologia HP mostrou que a maioria das funcionárias mulheres só se candidataria para uma determinada vaga se preenchesse 100% dos requisitos. Enquanto isso, os homens se candidatariam mesmo tendo somente 60% das competências exigidas para o cargo. 


Resumindo, as causas da síndrome de impostora são diversas, mas há indícios de que o ambiente em que se vive tem grande impacto. 


Como saber se tenho síndrome de impostora?

Apesar de a síndrome se manifestar de maneira particular para cada pessoa, existem algumas características bem comuns que podem te ajudar a identificá-la. Conheça alguns dos principais sintomas de síndrome de impostora

  • Autossabotagem

  • Sabe aquele sentimento de “é melhor nem tentar?”. Esse é bem comum para quem convive com a síndrome Isso porque as pessoas usam a desistência como mecanismo de defesa, fugindo de experiências em que não se sentem seguras. Com isso, acabam perdendo boas oportunidades e se arrependendo mais tarde. 

  • Sentimento de não pertencimento

  • Os indivíduos também podem pensar que não merecem estar onde estão. Pode ser numa posição no trabalho, entre um grupo de amigos ou até mesmo em família. E quando isso acontece, a pessoa pode acabar se afastando para evitar se sentir assim. 

  • Procrastinação

  • Procrastinar numa tarefa ou outra não chega a ser um problema, mas quando esse hábito se torna recorrente é hora de ligar o alerta. Nesse caso, a insegurança em executar tarefas pode ser tão grande que transforma coisas simples num desafio hercúleo. Se, além de enrolar, você costuma falar mal de si com frequência, cuidado! Eis  um grande indício de que algo não vai bem.

  • Autocrítica em excesso

  • Fazer autoanálise e saber ouvir críticas construtivas é um sinal de inteligência emocional. Mas a coisa fica pouco saudável com a autocrítica excessiva – quando essas avaliações passam longe da realidade, tornando-se uma autodepreciação. 

  • Comparação

  • Com as redes sociais, fica cada dia mais difícil evitá-la. Mas o que é algo comum pode ser problemático quando a pessoa deixa de encontrar boas características em si mesma. Isso só serve para nos colocar numa corrida sem fim numa busca pela perfeição que, convenhamos, não condiz com a realidade de ninguém, não é? 

  • Dificuldade em receber elogios 

  • Muita gente fica meio sem graça ao receber um elogio, mas quem sofre da síndrome não apenas tem dificuldade, mas costuma não acreditar neles e ter dificuldade de se apropriar de palavras positivas. 

    Se você se identificou com esses pontos, talvez esteja na hora de procurar ajuda, certo? Com orientação de um profissional da área da psicologia é possível trabalhar todos esses pontos, ter mais autoconhecimento e autoestima. 


    Como se livrar da síndrome de impostora?

    Afinal, como tratar síndrome de impostora? O primeiro passo, e possivelmente mais difícil, é perceber o problema. Depois disso, um dos pontos mais importantes é entender até que ponto os pensamentos negativos estão ou não conectados com a realidade. 

    Existem algumas práticas no dia a dia que podem te ajudar a encarar tudo isso de maneira mais realista, aprendendo pontos que podemos melhorar, mas sem deixar com que isso nos impeça de ser feliz, certo? Veja o que pode auxiliar: 

    • procurar ajuda profissional de um psicológico;
    • investigar seu os maus pensamentos podem ser comprovados na prática;
    • pedir feedbacks para pessoas de confiança que tenham contato com seu trabalho;
    • cercar-se de pessoas positivas e construtivas; 
    • fazer autoavaliação com um olhar externo e racional; 
    • entender erros como oportunidade de aprendizados;
    • ter uma rede de apoio, incluindo outras mulheres;
    • ser mais gentil consigo mesma. 

    O que é síndrome de Ripley?

    Outra síndrome que desperta curiosidade recebe o nome de efeito de Ripley. Apesar de se tratarem de duas coisas bem diferentes, ambas têm algo em comum: a pessoa começa a acreditar em algo que não tem conexão com a realidade.

    Enquanto na síndrome do impostor a pessoa passa a se descredibilizar e minimizar os seus méritos, na síndrome de Ripley o indivíduo inventa uma mentira a ponto de vivê-la. Basicamente essa desordem psíquica leva a acreditar num faz de contas. O nome dessa condição vem de um livro chamado “The Talented Mr Ripley”, de Patricia Hayes. Nele, o personagem Tom Ripley faz um roubo de identidade para se apropriar de uma fortuna. Para sustentar a história, Tom passa a construir a própria fantasia, se distanciando cada vez mais da realidade. Quem assistiu a série “Inventando Anna”, da Netflix, com certeza percebeu a familiaridade, não é?

    Agora que você já conhece a síndrome de impostora, causas e como minimizá-la, não deixe de focar em trabalhar sua saúde mental. Aqui na amai, bem-estar feminino é coisa séria, por isso não faltam posts incríveis para te inspirar ✨


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